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Alergias alimentares

A alergia alimentar produz-se quando uma pessoa alérgica a um alimento o ingere, tendo em conta que previamente esteve exposto ao mesmo alimento.

A prevalência deste tipo de alergia é de 5% na população geral. De qualquer maneira, uma grande percentagem de pessoas apresenta intolerância a algum alimento, não sendo o mesmo que a alergia alimentar.

Quais são os sintomas?

Após a ingestão de um alimento por uma pessoa alérgica ao mesmo, pode ocorrer:

  • Erupção, ruborização e comichão generalizadas da pele.
  • Congestão nasal, comichão, sensação de obstrução, espirros e olhos lacrimejantes.
  • Náuseas, vómitos, cãibras abdominais e diarreia.

As alergias alimentares são perigosas?

As alergias alimentares são perigosas, uma vez que em alguns casos podem provocar a morte por reacções anafilácticas.

Os sintomas relacionados com a gravidade da reacção alérgica são:

  • Sensação de sufoco, rouquidão, pressão na garganta, dificuldade em engolir.
  • Silvos ou sibilos inspiratórios, dificuldade em respirar, sensação de pressão no peito.
  • Comichão, sensação de formigueiro generalizado nas mãos, pés, pescoço e garganta.

Estes sintomas podem produzir-se de forma imediata e a sua evolução pode ser muito rápida, desde poucos minutos após a ingestão até 1 hora, constituindo uma emergência médica e requerendo um tratamento imediato com adrenalina.

Quais são as alergias mais frequentes?

As alergias mais frequentes são as que aparecem na primeira infância quando se inicia a incorporação dos alimentos sólidos na dieta após a lactação.

Antes do 1º ano de idade, pode ver-se com frequência alergia ao leite de vaca e ao ovo.

Entre 1 e 2 anos de idade podem manifestar-se as alergias à soja, cereais, peixe.

Em crianças maiores de 2 anos vêem-se com mais frequência alergias a frutas, legumes, cereais e frutos secos, entre outros.

É importante ter em conta que a intolerância alimentar à lactose pode reverter com o tempo uma vez que se desenvolvem enzimas para a sua absorção intestinal, melhorando desta forma a intolerância à proteína do leite de vaca causadora de diarreias crónicas, vómitos, dermatite atópica, etc.

Em geral, as alergias alimentares são vitalícias. Em alguns casos, como a alergia ao ovo ou ao leite de vaca, podem desaparecer entre os 2 a 4 anos de idade.

Quais são os alimentos que podem produzir alergia?

As proteínas do leite de vaca:
Caseína, caseína de coalho, caseinatos, lactoalbumina, lactulose. Geralmente ocorrem no primeiro ano de vida.

A proteína do ovo:
Ovalbumina, utiliza-se com frequência na indústria alimentar e confeitaria como produto aditivo, conservante, estabilizante, corante de alimentos, aromas artificiais, na panificação, massas, gelados, merengues, maçapão, bombons, torrões, etc.
É também habitualmente utilizada como excipiente ou diluentes em formulações de medicamentos.
Também podem preparar-se vacinas (sarampo, papeira, rubéola) cultivando-se os vírus em cultivos de embriões de frango.
Com frequência, a alergia ao ovo está associada à alergia à proteína do leite de vaca.

Frutos secos:
Amendoins, nozes, amêndoas, óleos ou derivados como manteigas ou farinhas de amendoim. As cozinhas africana, indiana, chinesa, indonésia, tailandesa, vietnamita, norte-americana e mexicana utilizam derivados do amendoim como frutos secos, óleos, farinhas, manteigas e condimentos.

Proteínas de peixe:
São alergias frequentes em crianças e adultos. É mais frequente a alergia a peixes brancos (pescada, linguado, dourada, robalo, truta, etc.) que azuis (besugo, salmão, sardinha, anchova etc.). Podem até provocar alergia por inalação dos vapores que se produzem na cozedura ou fritura do peixe.

Tanto os mariscos crustáceos, como a lagosta, o lagostim, a gamba, os percebes, como os moluscos - mexilhão, amêijoa, ostra, lulas, chocos, polvo e caramujos - podem produzir reacções alérgicas graves. Também podem originar alergia por inalação dos vapores que se produzem na cozedura.

A alergia à soja é relativamente frequente.

Cereais como o trigo, a aveia, a cevada e o centeio. A alergia produz-se a um composto comum chamado glúten e esta doença alérgica é a doença celíaca.

Frutas como o pêssego e família das rosáceas (damasco, nectarina, cereja, ameixa, morango, pêra, maçã). O kiwi, a banana ou o ananás podem, também, ser responsáveis por alergias.

As leguminosas, como as lentilhas ou o grão-de-bico podem ser causa de alergias. Com frequência coexistem alergias a frutas, frutos secos e leguminosas.

Aditivos como sulfitos, nitritos, glutamatos, etc., que funcionam como conservantes, edulcorantes, aromatizantes, corantes, emulsificantes e estabilizadores, estão presentes nas etiquetas dos alimentos sob a letra E, podem ser responsáveis por alergias alimentares ou provocar a libertação de substâncias inflamatórias dando quadros de cãibras abdominais, erupções cutâneas, obstrução bronquial não de origem alérgica, mas indistinguíveis das reacções alérgicas.

Que medidas posso tomar para evitar as alergias alimentares?

  • Leia todas as etiquetas dos alimentos enlatados e conservados antes de utilizá-los nas refeições.
  • Leia os prospectos dos medicamentos e vacinas nas secções de excipientes.
  • É recomendável a lactação até aos 6 meses, evitando introduzir alimentos sólidos antes do recomendado.
  • É recomendável esperar um ano para introduzir outros produtos lácteos, como o queijo ou os iogurtes.
  • É recomendável introduzir o ovo a partir dos 2 anos de idade.
  • É recomendável que as crianças pequenas não ingiram frutos secos, amendoins, nozes ou peixe até aos 3 anos de idade.

Que devo fazer se tenho alguma alergia alimentar?

O principal é a identificação do alimento ao qual se é alérgico, uma vez que o tratamento fundamental se baseia em evitar esse alimento.

Como posso saber se tenho uma alergia a algum alimento?

Se existe a suspeita de alergia alimentar é recomendável dirigir-se ao alergologista para o seu estudo e acompanhamento.

Conviver com a alergia é possível